A síndrome de burnout na maternidade: Mães esgotada

By sabrina - março 04, 2022

Nós mães sempre queremos ter tudo sob o nosso controle. Com muito esforço, às vezes conseguimos alcançar esse objetivo, mas às vezes sucumbimos ao esgotamento. Conciliar trabalho, família, relacionamento, cuidar da casa, amigo, hobbies, saúde… são tantas exigências da sociedade atual que a sensação de não dar conta é cada vez mais frequente. Nossas vidas ficam cada vez mais ocupadas conforme vamos fazendo aniversários, surgem cada vez mais responsabilidades e, é claro, queremos cumprir todas elas. Este é um dos motivos pelos quais podemos sofrer da síndrome de burnout, e hoje falaremos especificamente sobre a síndrome de burnout na maternidade.


Ter filhos significa muitas vezes ter seus próprios interesses anulados em detrimento dos interesses dos filhos. Se esse é o seu caso, chegou o momento de tomar uma atitude: se nos descuidarmos, por mais paradoxal que pareça, ficaremos esgotados, sem forças, e isso se refletirá também em uma consequente falta de cuidado com nossos filhos.

A síndrome de burnout na maternidade

Ter essa síndrome supõe sentir um estresse intenso e prejudicial devido a tentativas mal sucedidas de conciliar a vida parental, a vida social e o cuidado de si mesma. Geralmente este é um problema que afeta as mães, já que são elas que tradicionalmente dedicam mais de seu tempo ao cuidado e criação do filho. Felizmente, cada vez mais pais exercem também uma parte desse papel que obviamente diz respeito a ele, mas isso supõe que eles mesmos sejam afetados pelo estresse.

As mães esgotadas são identificadas por experimentar altos níveis de estresse devido a tentativas mal sucedidas de conciliar a vida parental, a vida social e o cuidado de si mesmo.
Mulher cansada com a cabeça na parede

A síndrome de burnout que caracteriza as mães esgotadas é essencialmente isso: um estresse muito agudo ou crônico que aparece quando ocorre a sensação de que tudo transborda, de que nada está sendo feito do modo ideal, de que perdeu-se o controle de tudo. Sentir estresse nos mantém vivos, é o resultado da liberação de adrenalina ou de cortisol, hormônios que durante nossa história evolutiva nos ajudaram a nos manter com vida ou estar preparados para correr caso nossa vida entrasse em perigo diante de um predador. O problema acontece quando essa ameaça, na realidade, não existe.

Hoje em dia as causas do nosso estresse são muito diferentes do passado, mas nosso corpo segue se preparando para essas situações primitivas de sobrevivência. É por isso que é fundamental estabelecer nossas prioridades da vida.

Quais são as causas desta síndrome?

Como já falamos anteriormente, a causa principal da síndrome de burnout na maternidade é o estresse que surge diante das tentativas de conciliar ou controlar vários aspectos importantes da nossa vida. A família, os amigos, o trabalho, nossa vida íntima… tudo isso é essencial para nós, e não poder conciliar todos sem descuidar de alguma parte gera frustração e raiva.

Ainda que possa parecer ridículo, frequentemente pensamos que somos capazes de ir trabalhar cedo, dar atenção aos filhos, ter uma vida em casal saudável, reunir a família uma vez por semana, sair de noite com os amigos, e, além disso, descansar e cuidar da saúde. Infelizmente, não somos super-heróis nem super-heroínas: precisamos aprender a organizar nosso tempo a partir de expectativas reais.


Como detectar o problema a tempo?

Saber se somos mães esgotadas que padecem dessa síndrome é simples: se ela estiver nos afetando, não seremos capazes de dormir bem, pensaremos de forma obsessiva sobre o tempo livre que não temos, culparemos nosso entorno pelos problemas. Preferiremos nos isolar, deixar de lado a vida social para respirar e dormir no sofá. Isso leva ao isolamento porque as pessoas que amamos podem deixar de contar conosco, acreditando que não vamos dar conta, e poderemos nos sentir culpados.

Mãe exausta

Como agir diante da síndrome de burnout?

Apresentamos a seguir algumas ideias ara solucionar o problema:

  • Aceitar que não podemos fazer tudo: não somos capazes de fazer tudo que gostaríamos, ninguém é. Muitas vezes pensamos que temos tempo para tudo, mas preencher o tempo só com responsabilidades e ignorar o ócio não é sempre certo.
  • Isso leva, é claro, à necessidade de delegar obrigações. Não temos que ter medo de deixar as responsabilidades em mãos de terceiros quando nossa saúde física ou mental for afetada. Ainda assim, nem sempre é possível delegar tarefas. E isso leva à consequência de que muitas vezes temos que renunciar a alguns de nossos desejos. Se não temos tempo para limpar e arrumar a casa, talvez não possamos morar em um lugar tão grande. Ou por mais que queiramos crianças, se não temos tempo nem para nós mesmos, talvez não seja a hora de ter um filho.
  • Para organizar nossa vida, temos primeiro que organizar nossa mente, estabelecer prioridades. Pode ser que tenhamos aspectos em nossa vida que pareçam fundamentais, mas que na realidade não são. É importante pensar naquilo que poderíamos deixar de lado.
  • Não culpar a si mesmo nem aos demais. A  culpa é um sentimento que nos impede de avançar e que nos bloqueia. Lembremos que ainda que nossas intenções sejam boas quando tentamos conciliar tudo, se o objetivo não se cumpre, devemos resistir à tentação de nos culpar. No lugar disso seria ótimo se tentássemos procurar soluções ou entender que nem sempre é possível fazer tudo. Também é importante evitar culpar aqueles que nos rodeiam ou descontar nossas frustrações neles.

Não devemos nos sentir fracassados por não termos tudo sob controle. Nossa mente tem mais espaço que nossas mãos, e tudo bem. De fato, nosso principal objetivo deveria ser buscar tempo para aproveitá-lo com nossos filhos, tanto sozinhos quanto com mais pessoas queridas, encontrar a paz e transmiti-la para todas as pessoas que nos rodeiam.

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